quinta-feira, 14 de junho de 2012

Enxertia de flor-de-maio


Eu e minhas manias de colecionar plantas...atualmente a paixão é por flores-de-seda ou flores-de-maio (Schlumbergera sp) , cactos epífitos originários do Brasil, com flores delicadas e híbridos  de  cores variadas. Esses vasos lindos aqui embaixo são da minha amiga Lílian, que tem praticamente todas as cores.

Aqui em MG teve muita chuva no último verão, e minhas plantas sofreram com isso, pois todas ficam ao ar livre, porque eu não tenho espaço interno. As raízes dessas flores são bem sensíveis ao excesso de água, e exigentes quanto ao tipo de solo. Perdi muitos vasos por causa disso, as estruturas caulinares (chamadas de filocládios) começaram a apodrecer e foram caindo todos.

Eu fiquei lembrando das plantas da minha tia Conceição, que tinhas alguns vasos enxertados e estavam sempre lindos. O porta-enxerto mais utilizado é de um cacto também, que pertence ao gênero Hylocereus, da espécie Hylocereus undatus, também conhecido como flor-da-noite. Eu também fiz com estacas do gênero Selenicereus.

Foi uma novela encontrar essa planta, passei por uma casa que tinha no muro de entrada e a cunhada do dono da casa me deu, a planta é essa aqui embaixo.
 Foto: Cactiguide.com

 Eu peguei uns 4 segmentos, parti em pedaços de 20 cm mais ou menos. Os cortes precisam ser certeiros, deve-se evitar “mascar” os pedaços, pois isso dificulta o pegamento das mudas, eu peguei a maior faca de casa e procurei fazer cortes bem uniformes. 
Peguei os pedaços e plantei em vasos com uma mistura simples, é bem fácil enraizar, usei partes iguais de terra comum, areia e composto orgânico, deixei uns 20 dias pra enraizar , é importante essa fase, porque quando já enraizado, a chance do enxerto sobreviver é maior. Meus vasos ficaram assim (esse pedaço está menor, pois os maiores eu já tinha usado).

Depois eu peguei estaquinhas das flores-de-maio, cortei segmentos com 2 a 3 filocládios, de plantas que já haviam florescido. Essa faquinha não é a própria de enxertia, é dessas pra descascar legumes, comprei no 1,99 e tem sido boa pra substituir o canivete. Fiz um corte nas estaquinhas com a faca bem na horizontal (segurando com a mão esquerda, porque eu sou canhota...) , esse corte deve ser feito para expor os tecidos vasculares do enxerto, que depois vão se unir aos tecidos do porta-enxerto. Assim é feito o corte:
Já no porta-enxerto, eu fui com a faquinha na vertical  dessa forma aqui:

Como minhas estacas eram de 3 cores diferentes, eu fiz 3 cortes e inseri as estacas, dessa forma:

Feito isso deixei á meia-sombra e em local protegido, não pode tomar chuva nessa fase, pois a água nos cortes pode acelerar um apodrecimento.

Existe um material específico para usar em enxertias, um tipo de plástico maleável que é usado para proteger o local do enxerto, eu fui do jeito tupiniquim mesmo e usei fita crepe.

Esses enxertos com 3 cores foram feitos por último, fiz outros com uma estaca só, alguns floresceram já esse ano:

Esse último foi feito num porta-enxerto menos utilizado, ele é bem mais fino que o Hylocereus, mas acredito que vá “vingar”. Quando o enxerto (estaquinha da flor-de-maio) murcha e começa a apodrecer embaixo é sinal de que não deu certo, a cicatrização dos cortes e a formação do novo tecido não ocorreu.

Pessoal, não sou especialista no assunto, foram minhas primeiras experiências em flores-de-maio, já fiz outras enxertias em abacate e laranjeiras (que foram totalmente diferentes desse método), testem vocês também e me contem depois.

A qualidade das fotos não está das melhores, a luz estava péssima, mas eu só tive tempo de fotografar no fim da tarde, depois do trabalho.Agradeço á Lilian por me deixar fotografar seus vasos e á sua filha, a doce Millena que foi minha assitente nas fotos. Aqui embaixo, mais algumas dessas belezuras...

 Abraços!